A segurança no trânsito só é completa quando há confiança entre o motorista e o sistema de fiscalização, como evidencia o empresário Aldo Vendramin. Radares, lombadas eletrônicas e câmeras de monitoramento são tecnologias indispensáveis para reduzir acidentes, mas sua eficácia depende de um fator humano: a percepção de justiça e transparência.
O trânsito seguro nasce quando o cidadão entende que a lei existe para proteger, e não apenas para punir. Venha compreender por que muitas vezes não acontece essa confiança na fiscalização.
O desafio da credibilidade na fiscalização
No Brasil, ainda há desconfiança em relação à presença de radares nas estradas. Muitos motoristas os veem como instrumentos de arrecadação, e não como ferramentas de segurança. Essa visão, segundo o senhor Aldo Vendramin, é fruto da falta de comunicação clara sobre os objetivos da fiscalização e da ausência de padronização em algumas regiões.

A credibilidade da fiscalização eletrônica começa pela transparência nos critérios de instalação. A legislação brasileira, por meio do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), exige que todos os equipamentos sejam visíveis, sinalizados e precedidos por estudos técnicos que comprovem a necessidade do controle de velocidade. Quando esses critérios são respeitados, o radar deixa de ser visto como “inimigo” e passa a ser um símbolo de proteção coletiva.
Sinalização e informação: Pilares da confiança
A comunicação é um dos pontos-chave da boa fiscalização. Placas visíveis, limites de velocidade bem definidos e sinalização adequada tornam a presença de radares legítima aos olhos do motorista. Aldo Vendramin elucida que, em estradas rurais e rodovias do agronegócio, essa sinalização é ainda mais importante, especialmente em locais de tráfego misto entre caminhões, tratores e veículos leves.
Em cidades e estados onde há clareza na sinalização e divulgação dos pontos de fiscalização, os índices de acidentes costumam cair sem aumento significativo de multas. Isso mostra que informar é tão importante quanto fiscalizar.
Tecnologia e transparência caminhando juntas
A digitalização dos sistemas de trânsito vem fortalecendo a credibilidade da fiscalização. Plataformas públicas, aplicativos de consulta e portais de dados abertos permitem que motoristas acompanhem autuações, limites e localizações dos equipamentos, essa abertura é fundamental para consolidar uma cultura de respeito mútuo.
Junto disso, o avanço dos radares inteligentes, capazes de registrar comportamento perigoso, uso de celular e situações de risco, torna o processo mais justo e técnico. A precisão e a automação eliminam a subjetividade das abordagens e reduzem as chances de erro, portanto ao ter as informações os motoristas se sentem mais confiantes e conectados as motivações das políticas que envolvem a segurança viária.
A importância da manutenção e da fiscalização responsável
Outro ponto essencial é a manutenção periódica dos equipamentos. Radares mal calibrados ou desatualizados comprometem a credibilidade de todo o sistema. O mesmo vale para a gestão pública: a transparência na destinação dos recursos arrecadados com multas reforça a confiança do cidadão, especialmente quando esses valores são aplicados em educação no trânsito e melhorias na infraestrutura.
Como considera o empresário Aldo Vendramin, a confiança nasce da coerência. Ao apresentar para o motorista, ele percebe que o sistema é justo, ele adere naturalmente às regras, e o trânsito se torna um espaço de colaboração, não de conflito.
Fiscalização no campo: Proximidade e clareza
Nas estradas rurais, onde a fiscalização eletrônica ainda é limitada, o diálogo com os motoristas é a base para criar uma cultura de respeito. O produtor rural, o caminhoneiro e o trabalhador do campo precisam compreender que os radares existem para proteger vidas e garantir o fluxo seguro da produção. Aldo Vendramin refere que o campo deve ser incluído nas políticas de modernização da segurança viária, com equipamentos bem posicionados e comunicação direta com as comunidades locais.
A transparência é o elo que une tecnologia, legislação e confiança social. Quando o motorista entende o motivo de cada radar, confia na precisão dos equipamentos e percebe a aplicação correta dos recursos, o trânsito se transforma em um ambiente de cooperação e respeito.
Autor: Zinaida Alekseeva