De acordo com Fernando Bruno Crestani, a pandemia da Covid-19 não apenas transformou rotinas individuais, como também provocou uma profunda reconfiguração das cidades e do modo como se pensa o espaço urbano. Logo nos primeiros meses, surgiram novos comportamentos e prioridades — muitos dos quais persistem até hoje. Essas mudanças de hábito vêm influenciando diretamente o planejamento urbano e o formato dos novos empreendimentos, com impactos que vão muito além da arquitetura.
Saiba mais, a seguir!
A valorização dos espaços abertos e do contato com a natureza
O confinamento forçado evidenciou o quanto áreas verdes e espaços ao ar livre são essenciais para o bem-estar físico e emocional. Por isso, o planejamento urbano contemporâneo passou a priorizar parques, praças, ciclovias e estruturas que incentivem a convivência ao ar livre. Incorporadoras também têm adotado esse conceito nos empreendimentos, criando varandas maiores, rooftops, jardins suspensos e áreas comuns mais generosas.
Fernando Bruno Crestani destaca que esse movimento reflete um desejo coletivo de viver com mais qualidade e liberdade, o que exige uma revisão das diretrizes urbanas e a valorização de espaços multifuncionais e inclusivos.
A reinvenção do conceito de moradia
Com o home office e a educação à distância, a casa deixou de ser apenas o local de descanso. Hoje, ela precisa comportar trabalho, estudo, lazer e bem-estar — e isso impacta diretamente no design de interiores e na configuração das unidades. Ambientes integrados, isolamento acústico, pontos de rede em todos os cômodos e iluminação natural se tornaram itens fundamentais para os novos compradores.
Segundo Fernando Bruno Crestani, os empreendimentos que oferecem soluções inteligentes e adaptáveis ao estilo de vida híbrido ganham vantagem competitiva, especialmente entre o público jovem e as famílias que priorizam funcionalidade.
Novas centralidades e o fortalecimento do comércio local
Durante a pandemia, a locomoção foi drasticamente reduzida, e muitas pessoas redescobriram o valor do comércio e dos serviços de bairro. Esse fenômeno deu força à ideia de cidades mais compactas, que ofereçam tudo que o morador precisa a poucos minutos de casa.

O conceito de cidade de 15 minutos, por exemplo, já está sendo incorporado ao planejamento de bairros planejados e empreendimentos mistos. Conforme ressalta Fernando Bruno Crestani, essa lógica reduz deslocamentos, diminui o trânsito e contribui para uma cidade mais sustentável e humana.
Mobilidade urbana sob nova perspectiva
A queda no uso do transporte coletivo e o aumento do uso de bicicletas e modais individuais também influenciaram o desenho das cidades. Ciclovias, estacionamentos para bikes, estações de carregamento de veículos elétricos e calçadas mais largas passaram a compor o novo vocabulário do planejamento urbano.
Fernando Bruno Crestani indica que essa transição exige uma visão integrada entre poder público, urbanistas e incorporadoras para viabilizar infraestruturas que incentivem a mobilidade segura, saudável e sustentável.
Tecnologias e infraestrutura digital como parte da cidade
Outro legado da pandemia foi a percepção de que a conectividade é essencial. Cidades e empreendimentos que oferecem infraestrutura digital de qualidade tendem a atrair mais moradores, profissionais e empresas. Wi-Fi público, redes 5G, prédios com cabeamento estruturado e sensores urbanos são diferenciais que já fazem parte do planejamento de novos empreendimentos.
Assim como aponta Fernando Bruno Crestani, a cidade inteligente deixou de ser um ideal futurista para se tornar um requisito básico de desenvolvimento urbano.
Um novo paradigma urbano guiado pelo comportamento
O planejamento urbano pós-pandemia revela que a cidade do futuro será moldada não apenas por tecnologia ou estética, mas sobretudo pelos hábitos e desejos das pessoas. Moradias mais funcionais, ruas mais humanas, espaços verdes, comércio local e conectividade passaram a ser elementos indispensáveis na concepção de empreendimentos que realmente atendam às novas necessidades sociais.
A integração entre urbanismo, bem-estar e inovação se torna essencial para pensar soluções que sejam sustentáveis, inclusivas e preparadas para futuros desafios. E como frisa Fernando Bruno Crestani, quem entender que o comportamento coletivo é o principal vetor de transformação das cidades estará à frente na criação de espaços mais relevantes e duradouros.
Autor: Zinaida Alekseeva