A endometriose e sua relação com a infertilidade é um tema de grande relevância na medicina reprodutiva, conforme expõe Oluwatosin Tolulope Ajidahun, especialista na área. A condição afeta milhões de mulheres em idade fértil e está entre as principais causas de di ficuldades para engravidar. Compreender as causas, os sintomas e os tratamentos disponíveis é essencial para melhorar a qualidade de vida e ampliar as chances de concepção.
Endometriose: causas e implicações para a fertilidade
A endometriose é caracterizada pela presença de tecido semelhante ao endométrio fora do útero, o que desencadeia inflamações crônicas e formação de aderências. Essas alterações estruturais impactam diretamente o funcionamento das tubas uterinas e dos ovários. Segundo Tosyn Lopes, a inflamação contínua compromete o ambiente peritoneal, tornando-o hostil à fertilização e à implantação do embrião.
Além disso, a doença pode alterar a qualidade dos óvulos e prejudicar a ovulação. Mulheres com endometriose em estágios mais avançados costumam apresentar maior dificuldade para engravidar, o que torna o diagnóstico precoce ainda mais importante.
Diagnóstico preciso é fundamental para o tratamento eficaz
A abordagem diagnóstica da endometriose e sua relação com a infertilidade envolve uma avaliação clínica detalhada, exames de imagem e, em alguns casos, a videolaparoscopia. De acordo com Tosyn Lopes, a ressonância magnética e a ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal são exames que ajudam a mapear lesões profundas com alta precisão.
Embora o diagnóstico definitivo só possa ser confirmado por biópsia, os avanços tecnológicos permitem identificar a doença com menos invasividade. A detecção precoce possibilita o início imediato do tratamento, reduzindo o impacto sobre a fertilidade e melhorando as perspectivas reprodutivas da paciente.

Tratamentos personalizados e estratégias terapêuticas
O tratamento da endometriose pode variar conforme o desejo de engravidar e a gravidade da doença. Para mulheres que não pretendem gestar no momento, o controle hormonal costuma ser eficaz para aliviar os sintomas e evitar a progressão da enfermidade. No entanto, quando o objetivo é a concepção, é necessária uma abordagem mais direcionada.
Tosyn Lopes frisa que a fertilização in vitro (FIV) é uma das opções mais indicadas em casos de infertilidade associada à endometriose, especialmente quando há comprometimento anatômico severo. Em situações específicas, a cirurgia laparoscópica para remoção das lesões também pode melhorar os resultados reprodutivos. A escolha entre os tratamentos deve ser feita de maneira individualizada, sempre considerando a idade, o tempo de infertilidade e as características clínicas da paciente.
Qualidade de vida e suporte multidisciplinar
A endometriose não afeta apenas a fertilidade, mas também a qualidade de vida. Dor pélvica intensa, alterações menstruais e fadiga são sintomas frequentes que impactam a rotina e o bem-estar da mulher. Por isso, além do tratamento médico, é essencial o suporte psicológico e a adoção de hábitos saudáveis.
Conforme ressalta Oluwatosin Tolulope Ajidahun, o acompanhamento multidisciplinar com ginecologistas, nutricionistas e psicólogos proporciona melhores resultados tanto no controle da dor quanto no sucesso reprodutivo. A educação em saúde também desempenha um papel importante, ajudando as pacientes a compreenderem melhor sua condição e participarem ativamente do tratamento.
Avanços científicos e perspectivas futuras
Nos últimos anos, importantes avanços têm sido registrados na pesquisa sobre endometriose e sua relação com a infertilidade. Novos marcadores biológicos, terapias direcionadas e técnicas aprimoradas de reprodução assistida ampliam as possibilidades de diagnóstico e tratamento. Tosyn Lopes comenta que essas inovações trazem esperança para milhares de mulheres que enfrentam a dificuldade de engravidar.
Ainda assim, é fundamental investir em políticas públicas que favoreçam o acesso ao diagnóstico precoce e ao tratamento especializado. A endometriose continua sendo subdiagnosticada, o que contribui para o agravamento da infertilidade e o sofrimento prolongado das pacientes.
Autor: Zinaida Alekseeva